quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Número das espécies conterrâneas


Número das espécies conterrâneas

 
Em minha opinião algumas informações servem ao inverso do que se propõem. Um exemplo que considero clássico: Quantas espécies existem em nosso planeta? Sejam estas mamíferos, insetos, plantas ou organismos unicelulares.

Desde quando eu era estudante que o número variava entre 5 a 30 milhões. E a explicação de 25 anos atrás continua a mesma de hoje: Que a biodiversidade é enorme, que ainda não conhecemos tudo e que temos muito a descobrir.

Com as coletas e amostragens realizadas no dossel das florestas tropicais, nos solos, e também no mar e aplicados aos modelos matemáticos temos novamente a variação de 5 a 30 milhões de espécies habitantes do planeta. Sempre que leio a respeito e encontro este número me pergunto, mas não é uma diferença muito grande? Falamos de uma diferença de seis vezes mais e em escala de milhares. É difícil entender o significado disso. Será que os modelos não estariam mal elaborados? Este número só aumenta a incerteza. Como falar de biodiversidade com números tão dispares? Considero que um número assim não deveria ser divulgado como base científica pela incerteza que ele trás. Se a biogeografia desenvolve modelos que trazem mais dúvidas que certezas o melhor seria trabalharmos com o que temos de fato. E o que temos de fato? O número que temos segundo E. O Wilson são de 1.392.485 espécies de todos os reinos e suas subdivisões principais. Observem que 1,38 milhão de espécies comprovadas é 3,6 vezes menor do que a menor estimativa supostamente de 5,0 milhões. E se os cálculos estimados forem mesmo na ordem de 30 milhões, então a diferença são incríveis 21,73 vezes, o que vale dizer que temos 21 vezes mais espécies no planeta do que conhecemos. Ora convenhamos estes números não estão corretos. É certo que ainda há um número admirável de espécies para serem conhecidas pelo homem, mas nada tão vultoso de 21 vezes mais.

Minha proposta é de que modelos assim não tenham credibilidade científica e que a retórica seja de salvar os habitas pensando no que conhecemos deles e não fazer alarde com o que supostamente existe. Um habitat protegido trará segurança de perpetuação das espécies conhecida e das que iremos conhecer no futuro sem fazermos conjecturas e terrorismo ambiental. Salvar o que existe salvará também o incerto.

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