Número das espécies conterrâneas
Em minha opinião algumas
informações servem ao inverso do que se propõem. Um exemplo que considero
clássico: Quantas espécies existem em nosso planeta? Sejam estas mamíferos,
insetos, plantas ou organismos unicelulares.
Desde quando eu era estudante que
o número variava entre 5 a
30 milhões. E a explicação de 25 anos atrás continua a mesma de hoje: Que a
biodiversidade é enorme, que ainda não conhecemos tudo e que temos muito a
descobrir.
Com as coletas e amostragens
realizadas no dossel das florestas tropicais, nos solos, e também no mar e
aplicados aos modelos matemáticos temos novamente a variação de 5 a 30 milhões de espécies
habitantes do planeta. Sempre que leio a respeito e encontro este número me
pergunto, mas não é uma diferença muito grande? Falamos de uma diferença de
seis vezes mais e em escala de milhares. É difícil entender o significado
disso. Será que os modelos não estariam mal elaborados? Este número só aumenta
a incerteza. Como falar de biodiversidade com números tão dispares? Considero
que um número assim não deveria ser divulgado como base científica pela
incerteza que ele trás. Se a biogeografia desenvolve modelos que trazem mais
dúvidas que certezas o melhor seria trabalharmos com o que temos de fato. E o
que temos de fato? O número que temos segundo E. O Wilson são de 1.392.485
espécies de todos os reinos e suas subdivisões principais. Observem que 1,38
milhão de espécies comprovadas é 3,6 vezes menor do que a menor estimativa
supostamente de 5,0 milhões. E se os cálculos estimados forem mesmo na ordem de
30 milhões, então a diferença são incríveis 21,73 vezes, o que vale dizer que
temos 21 vezes mais espécies no planeta do que conhecemos. Ora convenhamos
estes números não estão corretos. É certo que ainda há um número admirável de
espécies para serem conhecidas pelo homem, mas nada tão vultoso de 21 vezes
mais.
Minha proposta é de que modelos
assim não tenham credibilidade científica e que a retórica seja de salvar os
habitas pensando no que conhecemos deles e não fazer alarde com o que
supostamente existe. Um habitat protegido trará segurança de perpetuação das
espécies conhecida e das que iremos conhecer no futuro sem fazermos conjecturas
e terrorismo ambiental. Salvar o que existe salvará também o incerto.
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