Olhar para o próprio
umbigo.
A
ilha de Páscoa descoberta pelo navegador holandês Jacob Roggeveen no domingo de
páscoa 1722 chamou sua atenção pelas enormes estatuas de pedra. Chamadas de
moais eram testemunhas de uma sociedade em colapso. O próprio Jacob Roggeveen
escrevera em seu diário: "A aparência destruída não poderia dar outra
impressão além de pobreza e improdutividade singulares"
Colonizada
pelos polinésios por volta do ano 1000, o povo Rapanui conheceu o progresso,
com plantações de batata doce em solo fértil, florestas com palmeiras de 25m de
altura e a sociedade em seu auge com população estimada de até 15 mil
habitantes. Ai a coisa começou a dar errado o que os estudiosos afirmam que foi
a destruição das florestas o principal motivo da decadência vivida por este
povo. As palmeiras sumiram, os solos erodiram e os clãs se consumiram em
guerras. A história da ilha de páscoa e seu povo são considerados uma metáfora
do futuro da terra. A destruição da natureza e a insustentabilidade.
A
colonização no Brasil a partir de 1500 se mostrou da mesma forma. A exploração
do pau brasil era rudimentar e predatória. As florestas litorâneas de
pau-brasil se estendiam do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, sendo que
Pernambuco, Porto Seguro e Cabo Frio eram as regiões de maior concentração do
produto. Os índios as cortavam e depositavam no litoral por escambo. Até 1530,
o Pau–Brasil foi à única riqueza explorada na nova terra descoberta, sendo
inclusive, responsável pela instalação da primeira forma de organização
administrativa realizada pelo Governo Português, as chamadas feitorias
construções fortificadas para defesa do armazenamento do pau brasil, não
havendo assim criação de povoados.
A
quantidade de pau-brasil era tanta num litoral tão vasto que foi alvo de cobiça
francesa que se aliava aos índios tupinambás enquanto os portugueses se
utilizavam dos Tupiniquins.
A
importância econômica do pau brasil foi de tal ordem que a partir de 1511, na
Europa, já conhecia a região como terra do Brasil. O pau brasil foi explorado
durante três séculos e meio ininterruptos de forma predatória, o que veio a
provocar o sua quase total extinção do habitat natural.
No
oriente o cedro do Líbano é conhecido por diversas civilizações clássicas e
citado 75 vezes na bíblia. A sua madeira, foi bastante utilizada na
antiguidade, pelos Fenícios, para construir as suas embarcações militares e
comerciais, bem como para a construção de templos e habitação. Papiros antigos
comprovam a grande comercialização entre o Líbano e o Egito desta madeira uma
vez que no Egito não existem árvores com exceção de palmeiras, assim o cedro do
Líbano foi utilizado em larga escala durante séculos na construção do grande
império Egípcio. O caso mais famoso de utilização da madeira do cedro do Líbano
foi à da construção do Templo de Salomão em Jerusalém, bem como o Palácio de
David. Foi ainda utilizada frequentemente pelos Romanos, Gregos, Assírios e
Babilónios.
É o símbolo nacional do Líbano, onde é
ostentado na bandeira nacional. Foi praticamente extinto de seu território, o
que justificou a implementação de um programa ambiental de recuperação de
florestas.
Não
só estes três exemplos citados, muitos outros casos de destruição de árvores são
conhecidos. Aqui mesmo no Brasil temos o Pau rosa, cedro, peroba, araucária
etc.
Voltando
a ilha de Pascoa, no meio do pacífico a 3.600Km do continente sul americano um
dos pontos mais isolados do planeta o nome dado pelos rapanuis a seu território
fazia jus à situação geográfica: Te Pito Henua (algo como "o umbigo do mundo"). Neste caso seria aconselhável olhar
para o umbigo do planeta como forma da história não se repetir.
Nenhum comentário:
Postar um comentário